A Esperança da Caixa de Pandora

Apesar de todo o caos ela existe!

Mundo real x mundo virtual

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Outro dia fui questionada sobre os laços que unem as pessoas pelo Twitter e pensei por alguns instantes: putz, será mesmo que estou ficando maluca ou as relações e as sensações do mundo virtual podem ser consideradas reais? Confesso que isso é algo muito complexo e não tenho uma conclusão definida.

Uns afirmam que existe uma diferença clara entre o mundo virtual e o mundo real e que as pessoas só passam a ter alguma relevância quando pertencem ao mundo real. Outras já defendem que relações fortes de amizade ou até mesmo um vínculo amoroso pode ser construído no mundo virtual.

Definir quem está certo nas suas conclusões é muito difícil porque não cabe a mim e nem a ninguém julgar os sentimentos das pessoas. Porém, posso dizer que em minha opinião as relações podem começar no mundo virtual, mas elas devem se concretizar no mundo real.

Eu preciso de toque, cheio, abraços e beijos, algo sólido como segurar nas mãos e ter aquele olho no olho para sentir a alma da pessoa. Por mais que as pessoas possam ser convincentes, sou obrigada a dizer que na internet todo mundo pode ser o que quiser, desde um astro pop ou até um pobre coitado que não tem nada.

As máscaras no mundo virtual são muito mais constantes e difíceis de serem diagnosticadas porque parece que a humanidade está carente de atenção, de carinho, de proximidade e isso faz com que bons de papo se dêem bem em redes sociais. Os mais tímidos e reservados saem ganhando com isso porque conseguem burlar o medo, a vergonha do contato social.

Isso com certeza facilita você lidar com o outro por uma tela de computador, sem precisar olhar no fundo dos olhos, ter aquele famoso tête-à-tête. Assim é mais fácil disfarçar as emoções, fingir os sentimentos, ser politicamente correto. Na esfera virtual a educação é menos rígida e as questões sobre consideração e respeito são muito subjetivas, afinal, é necessário ter tudo isso por uma pessoa que não se conhece pessoalmente?

Eis o “x” da questão. Por que não ter? Conversar diariamente com alguém não é criar um vínculo? Porque tecnicamente você está conhecendo e compartilhando com o outro conhecimentos, informações sobre você e sua vida e isso faz com que elos de amizade sejam criados. Talvez até paixões arrebatadoras.

Se voltarmos ao passado podemos observar que muitos namoros aconteciam através de cartas, sem a convivência física dos enamorados. A forma de comunicação só evoluiu e ficou um tanto biscate já que paquerar na internet virou algo comum, cotidiano, perdeu até o significado romântico. O lema atual é quanto mais melhor, não importando a qualidade.

O que posso dizer é que somos seres únicos, pensamos, sentimos e agimos de formas diferentes. As pessoas não são robôs e sim, possuem sentimentos e estão sujeitas a oscilações de humor e de amor. O mundo virtual aproxima caracteres, concilia afinidades e traz as pessoas para o mundo real, e isso é indiscutível.

Written by Babi Arruda

12/02/2010 às 16:37

10 Respostas

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  1. Concordo com você.A internet tem seus defeitos e não substitui o relacionamento do “mundo real”, mais é incrível ter a possibilidade de conhecer pensamentos,idéais,opniões etc, diferente das próprias.
    Se não fosse a quantidade de lixo que temos que ler até encontrar algo útil seria perfeito.

    Evollety

    16/02/2010 at 22:27

  2. Mas estamos a caminho da evolução. Com o tempo a quantidade de lixo irá diminuir. Pelo menos assim espero 😉

    Babi Arruda

    17/02/2010 at 09:27

  3. concordo. belo texto.

    @amanda_arm

    19/02/2010 at 17:39

  4. “Porém, posso dizer que em minha opinião as relações podem começar no mundo virtual, mas elas devem se concretizar no mundo real.”

    Assino embaixo. Quem eu ainda não vi pessoalmente espero ver um dia…

    Curti o texto.

    Abraços

    :::

    Alessio Esteves

    19/02/2010 at 17:40

  5. Obrigada Amanda…daqui a pouco vão dizer que trocamos figurinhas hahahaha – Mas é que eu tb gosto mto dos teus textos 😉

    Babi Arruda

    19/02/2010 at 17:45

  6. Alessio,

    Não podemos perder o resto de humanidade que ainda existe em nós. O contato físico é fundamental 🙂

    E muito obrigadinha…volte sempre 😉

    Babi Arruda

    19/02/2010 at 17:47

  7. ah… o conforto da vida virtual. Podemos ter todas as sensações do mundo real sem sair do sofá. Quase um alucinógeno…

    Cafeína

    21/02/2010 at 18:41

  8. Gostei do teu texto Babi, e da tua contextualização, e complemento com o nome de 2 autores muito interessantes que falam disso, Pierre Lévy e André Lemos. O segundo utiliza no livro Cibercultura um termo interessante, que é a “teatralização do quotidiano”, sobre o anonimato e a impessoalidade do virtual. Minha pesquisa trata desse tema na comunicação viral, em relação as percepções do imaginário.

    Christhian Gruhn

    16/08/2010 at 21:33

  9. Oi meu querido Gruhn…conheço o trabalho do Lévy e o André está mais do que certo…o que não somos nós além de atores amadores da cibercultura? 😉

    Beijão!

    Babi Arruda

    16/08/2010 at 21:52

  10. […] categoria | Subscribe Ontem, conversando com uma pessoa sobre blogs e vida virtual, lembrei-me desse texto da @Babiarruda que li há um tempo atrás. E confesso que concordo com ela: “O que posso dizer é […]


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